terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Artes

Pop Art


A "Pop Art" foi uma resposta ao individualismo e "intelectualismo" da arte informal. A Arte Pop começou em Londres, a meio da década de 50, sendo uma das obras mais conhecidas desta altura a pintura de 1956 de Richard Hamilton e teve grande desenvolvimento na década seguinte nos Estados Unidos. Foi um movimento que dominou os anos 60, em que os artistas exploraram intensamente o mundo popular (daí a origem do termo Pop Art ) das imagens comerciais próprias de uma sociedade de consumo em expansão, imagens essas "retiradas" de vulgares produtos comerciais (coca-cola, detergentes, alimentos, electrodomésticos, automóveis, etc.), personalidades políticas e do mundo do espectáculo, bandas desenhadas e revistas de grande tiragem, etc. Pode portanto concluir-se que foi uma arte dirigida ao grande público, proclamando o triunfo do consumismo, embora por vezes de um ponto de vista crítico e irónico.

Artistas mais representativos:


*Andy Warhol (1928-1987), pintor americano, é talvez o pintor mais representativo da Arte Pop. Representou elementos com nítido carácter comercial - (Coca-cola, sopas Campbell, acontecimentos que fossem notícia (choques de automóveis, automóveis, cadeira eléctrica), personagens célebres, como mitos cinematográficos (Marilyn Monroe, Elisabeth Taylor, Elvis Presley), políticos (Keneddy, Mao-Tse-Tung) - muitas vezes em sequências de imagens repetidas e provocatórias, com cores carregadas e vivas. Utilizou muito o processo de impressão de serigrafia sobre tela, o que lhe permitiu realizar séries inteiras dedicadas a um único tema, variando as cores empregues. Foi também um personagem influente no mundo da alta sociedade Nova Iorquina e nos meios artísticos underground. No seu atelier, conhecido por Factory (fábrica) realizaram-se acontecimentos variados e importantes na cultura da época, protegendo artistas novos de vários campos artísticos como a fotografia, a música (o grupo Rock Velvet Underground de Lou Reed e John Cale "nasceu" na Factory), bailado, teatro, etc.;

*Roy Lichtenstein (1923-1998), Americano, recorreu às imagens estandartizadas da banda desenhada, citações de jornais e fragmentos decorativos. Os seus quadros são como que "cópias" muito ampliadas de fotografias, onde aparecem os pontos usados na impressão;

*David Hockney (1932) pintor e desenhador Inglês, com uma obra multifacetada de estilos e correntes muito diversificados, mas sempre de grande destreza técnica, tendo passado também pela Arte Pop, registando a vida contemporânea com uma precisão lúcida e com um grafismo puro e simplificado e cores fortes;

*Peter Blake (1932, G.B.), representou elementos relacionados com a tradição popular inglesa, incorporando antiguidades, objectos vitorianos, fotografias de estrelas de cinema, objectos inúteis de plástico, etc. com elementos nostálgicos da sua infância e juventude. Embora a identidade dessas imagens se conserve, apresenta-se-nos alterada pela sua forma de representar, caracterizada por uma grande nitidez e pelo emprego do trompe d´oeil. Foi autor da capa e do grafismo interior do famoso disco dos Beatles , Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band, de 1967.

Happening
Termo inventado pelo americano Allan Kaprow (1927), no final dos anos 50, para designar um acontecimento que se desenvolve perante o público, centrando a sua atenção no comportamento humano e no meio circundante. É quase uma ligação arte plástica/teatro, mas que não priveligia nenhum dos meios expressivos tradicionais, como a palavra, a música ou a cor.
Instalação
Obras tridimensionais que conjugam diversos materiais e objectos, incluindo luzes de neon e cuja colocação é variável conforme o local onde são "instaladas". As instalações reflectem muitas vezes preocupações de índole social, política, estética, etc.
Arte Conceptual
Surgiu nos anos 60 a partir dos Happenings e tem influência dos Ready-made de Marcel Duchamp. A arte conceptual pode usar meios e materiais não relacionados directamente com as artes plásticas, como o vídeo, projectores de slides, fotografia e põe em causa as definições de arte de uma forma mais radical do que a Arte Pop, pois insiste que é na imaginação, no idealismo, na ideia geradora, no conceito, que prevalece a arte e não na execução.
"Uma vez que a obra de arte é um sub-produto acidental desse salto imaginativo, pode perfeitamente ser dispensada, assim como as galerias de arte e por extensão o próprio público. O processo criativo só precisa de ser documentado de alguma forma, geralmente verbal, ou pela fotografia, vídeo ou cinema." H. W. Janson - História da Arte

Artistas mais representativos:
* Joseph Beuys (1921-1986 Alemanha), artista controverso que se iniciou como escultor, utilizando materiais insólitos, como gordura, feltro, elementos naturais e materiais industriais (também conotado com a Arte Povera - Arte Pobre). Dele escreveu Gillo Dorfles. "A própria personalidade física do artista faz parte da obra (ou da encenação). Beuys serve-se habilmente do corpo com acções públicas onde os seus gestos, as suas inclinações, a sua participação com comportamentos diversos ajudam à compreensão do espectador. Nos últimos tempos, porém, o aspecto mais singular da sua actividade consistiu numa deliberada missão "de prédica". Beuys procede como um sacerdote laico que, com as suas palavras, visa convencer o auditório de alguns princípios ético-estéticos e político-espirituais";
*Joseph Kosuth (1945, EUA), impôs-se muito jovem na cena mundial da vanguarda com uma obra desconcertante (one and three chairs, 1965-66), onde apresentava uma cadeira verdadeira, ao lado de uma fotografia da mesma cadeira e junto desta um texto escrito em que se podia ler a definição de cadeira, tirada de um dicionário. Graças a uma importante obra ensaística é um dos maiores animadores no actual debate sobre o papel do artista na sociedade contemporânea; Giulio Paolini (1940, Itália), tem uma obra essencialmente de pesquisa; Vincenzo Agnetti (1926-1982, Itália), autor de uma obra de provocação intelectual; Yves Klein (1928-1962, França); Sol LeWitt (1928, EUA), pintor minimalista; Ad Reinhardt (1913-1967, EUA), pintor minimalista; Frank Stella (1936, EUA), pintor minimalista; Robert Mangold (EUA), minimalista; Donald Judd (1929); Robert Morris (1931, EUA), autor de enormes esculturas geométricas; Lawrence Weiner (1940, EUA), Anthony Caro (1924, EUA); Marcel Broodthaers (1924-1976, Bélgica); Keith Arnatt (1930, G.B.), etc. Em Portugal, podem citar-se os pintores Ângelo de Sousa (1938), Jorge Pinheiro (1932), Álvaro Lapa (1939), Artur Bual (1926), António Charrua, Luis Dourdil (1914-1989), como representantes do informalismo/minimalismo. Dentro da Arte Conceptual pode inserir-se o Minimalismo (Minimal Art), corrente dos anos 60 e 70, que como o nome indica pretendia desenvolver uma arte de grande simplicidade, reduzida a materiais e formas geométricas puras, com configurações triangulares, quadradas, circulares e cores monocromáticas. Como muita da arte "moderna" e "pós-moderna", o minimalismo questiona o papel dos artistas e a natureza da criatividade.
Land Art
Pretende intervir nos espaços naturais, com "instalações", deixando sinais ou marcas ecológicas, nasceu e desenvolveu-se nos EUA. Os seus principais representantes são Denis Openheim, Robert Smithson (fig. 37), Carl Andre, Richard Serra, Richard Long, Walter De Maria, Heizer.
Op Art
O termo Op Art , é uma abreviatura de Optical Art (Arte Óptica) e foi usado pela primeira vez em 1964 na revista americana Time. Normalmente a crítica considera que a Op Art é uma derivação da Arte Cinética. É um tipo de pintura, desenho ou obra tridimensional que, através do seu dinamismo visual e do efeito forma geométrica-fundo, linha-côr, consegue criar efeitos de ilusão óptica e estímulos visuais no olhar dos espectadores.
Artistas mais representativos:
*Victor Vasarely (1908, Hungria) é o artista mais divulgado desta corrente. Partindo da pintura "suprematista" de Malevich, desenvolveu as noções de movimento e espaço-tempo em pintura;
*Bridget Riley (Londres, 1931);
*Jesus Soto;
*Uma série de pintores que trabalharam em equipe e que realizaram experiências relevantes, como o Grupo T de Milão; Equipa 57 de Espanha; Grupo N de Pádua; Grupo Uno de Roma; Grupo MID de Milão; Grupo Zero da Alemanha; Recherche d´Art Visuel de Paris.

*Em Portugal, realizaram obras inseridas na Op Art , Eduardo Nery (1928); Nadir Afonso e Jorge Pinheiro, Manuel Baptista (1936), entre outros.

Hiper-realismo

Tendências surgidas a partir dos anos 60 nos EUA (mas com a primeira grande exposição a realizar-se em 1972), em que as obras representadas - pinturas ou esculturas, são realizadas a partir de imagens fotográficas, no caso da pintura, ou de figuras reais, no caso da escultura. No Foto-realismo é a fotografia em si que constitui a realidade e é sobre ela que os pintores realizam os seus quadros, através da projecção de slides sobre a tela ou transferindo-a por meios mecânicos.

Artistas mais representativos:
*Chuck Close (1940, EUA)
*Robert Cottingham (1935, EUA);
*Don Eddy (1944, EUA);
*Audrey Flack (1931, EUA);
*John deAndrea (1941, EUA);
*Duane Hanson (1925, EUA);
*Gregory Gillespie (1936, EUA);
*Richard McLean (1934, EUA).

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